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A técnica do envelope é uma forma de organizar as finanças pessoais que está ganhando popularidade em todo o mundo. Originária do Japão, tornou-se amplamente conhecida através do consultor e autor americano Dave Ramsey.

Essa técnica envolve separar o dinheiro recebido a cada mês em diferentes envelopes, representando várias categorias de despesas. Quando todo o dinheiro de um determinado envelope (como moradia, por exemplo) é utilizado, isso indica que o limite de gastos foi atingido.

No entanto, é válido questionar se essa técnica é eficaz para todos. Como toda técnica de organização financeira, a técnica do envelope tem prós e contras, podendo ou não ser adequada para pessoas e famílias de acordo com o perfil financeira de cada uma. Neste artigo a BLU365 avalia as vantagens e desvantagens do método, além de explicar como ele funciona e trazer alternativas mais modernas. Confira!

Como funciona a técnica do envelope?

A técnica do envelope oferece uma maneira simples e prática de gerenciar as finanças, controlar o orçamento e economizar dinheiro.

Em essência, basta selecionar um envelope para cada categoria de despesas e investimentos essenciais e distribuir sua renda mensal entre eles usando dinheiro físico.

Por exemplo, um envelope pode ser designado para despesas da casa como aluguel, água, luz e gás, outro para lazer, outro para investimentos e assim por diante, de acordo com o perfil financeiro da sua família.

Basta colocar uma quantia específica dentro de cada envelope e se esforçar para gastar apenas o dinheiro disponível até o final do mês.

Para aqueles que têm dificuldade com ferramentas digitais de controle financeiro, como aplicativos e planilhas, ou simplesmente preferem evitar o registro detalhado de gastos em papel, essa técnica pode ser uma solução eficaz.

Afinal, para algumas pessoas, lidar com dinheiro físico tende a incentivar uma reflexão mais cuidadosa antes de gastar e você pode passar a ter uma noção clara de quando o dinheiro está acabando. Porém, devido ao crescente desuso do dinheiro físico, a técnica pode ser desvantajosa para muitas pessoas também.

Qual a origem da técnica do envelope?

Embora a origem exata da técnica do envelope não seja conhecida, uma possível inspiração pode ser encontrada no método japonês de orçamento chamado “Kakebo”.

De acordo com o autor do livro “Kakebo”, essa palavra pode ser traduzida como “livro de contas domésticas” e começou a ser parte integrante da vida financeira dos japoneses no início do século XX.

Os adeptos desse método registram todos os ganhos, gastos e valores poupados em um caderno, e muitas vezes utilizam envelopes para uma gestão mais eficaz do dinheiro.

Apesar de sua origem japonesa, a técnica do envelope foi popularizada pelo locutor e consultor financeiro americano Dave Ramsey, que frequentemente promove esse método para auxiliar seu público na organização financeira.

Quais as vantagens e desvantagens da técnica do envelope?

A técnica do envelope é particularmente benéfica para aquelas pessoas que preferem lidar com dinheiro físico e necessitam de um método mais estrito para manter a disciplina financeira.

Com esta abordagem, não há margem para erros nos cálculos ou perda de controle, uma vez que a quantia exata destinada a cada categoria de gastos é colocada em seus respectivos envelopes. Assim, é mais fácil destiná-las posteriormente para o pagamento dos devidos compromissos financeiros.

Além disso, o registro das compras pode ser realizado através de notas fiscais e faturas e os gastos podem ser anotados no verso das mesmas, quando necessário.

De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Serasa, a maioria dos brasileiros prefere utilizar o tradicional caderno de anotações para gerenciar o orçamento. De acordo com a pesquisa, entre as gerações Baby Boomers, X, Y e Z, apenas 4%, 15%, 12% e 21%, respectivamente, optam por usar aplicativos de finanças. Em contrapartida, em relação ao uso do caderno, os percentuais aumentam para 65%, 48%, 54% e 46%, respectivamente, na mesma ordem.

Isso indica que muitas pessoas ainda se sentem mais confortáveis utilizando papel e caneta, e poderiam se beneficiar da técnica do envelope.

E as desvantagens?

Por outro lado, o advento dos pagamentos digitais representa um desafio para essa técnica, visto que a maioria das transações atualmente é realizada através de cartões de crédito e débito, bem como contas e carteiras digitais.

Portanto, é necessário adaptar a técnica do envelope para se adequar à realidade contemporânea, ou considerar a possibilidade de manter parte do dinheiro em formato físico para melhor controle sobre seus gastos.

Como guardar dinheiro com a técnica do envelope?

A falta de disciplina e o gasto do dinheiro digital que pra muitas pessoas é “invisível” podem ser barreiras para economizar. Por isso, veja passo a passo como guardar dinheiro com a técnica do envelope!

1. Estabeleça um envelope para cada despesa

O primeiro passo é listar todas as categorias de despesas, criando envelopes para cada uma delas. Veja algumas das categorias mais comuns:

  • Gastos domésticos: aluguel, condomínio, água, luz, gás…
  • Internet, celular e TV: contas de internet, plano de celular, TV a cabo…
  • Transporte: combustível, IPVA, revisões, passe de condução e outros;
  • Alimentação: gastos gerais com supermercado, açougue, padaria e outros;
  • Lazer: gastos com entretenimento como assinaturas de serviços de streaming, restaurantes, cinema, bares e passeios em geral;
  • Dívidas: pagamento de empréstimos e renegociações de dívidas;
  • Investimentos: valor mensal a ser investido.

Vale lembrar que outras categorias podem ser incluídas de acordo com seu perfil.

2. Divida o dinheiro e defina prioridades

Após estabelecer envelopes para todas as suas despesas, é o momento de distribuir sua renda de acordo com suas prioridades financeiras.

Para isso, será necessário calcular sua renda líquida total, incluindo salário, rendimentos, pensões, entre outros, e então decidir a porcentagem a ser atribuída a cada envelope. A porcentagem pode variar, mas de acordo com especialistas financeiros, o ideal é que entre 25% a 30% sejam gastos com a moradia, enquanto que recomenda-se guardar ou investir 10% da renda líquida total.

Tem dificuldade em dividir sua renda? Nosso artigo sobre a Regra 50 30 20 pode ajudar.

3. Controle seus gastos ao longo do mês

Durante o mês, o objetivo é utilizar exclusivamente o dinheiro contido no envelope destinado a cada despesa específica.

Dessa forma, ao efetuar uma compra ou pagar uma fatura, você pode guardar os comprovantes dentro do envelope e fazer anotações para auxiliar no controle.

É importante lembrar de manter a disciplina e resistir à tentação de recorrer a “empréstimos” de outros envelopes quando o dinheiro estiver escasso.

Vale lembrar que o método também pode proporcionar uma reflexão sobre o estilo de vida financeiro. Em alguns casos, a renda líquida pode ser incompatível com os gastos e o método permite olhar para essas questões e repensar.

4. Conte com o auxílio da tecnologia

Se a técnica dos envelopes estiver funcionando para você, é fundamental adaptá-la ao mundo digital.

Afinal, é praticamente impossível pagar todas as despesas e compras em dinheiro físico — caso contrário, você estaria constantemente enfrentando filas em agências bancárias, perdendo tempo e limitando suas compras online.

Uma opção é pagar suas contas fixas online e registrar o gasto usando comprovantes impressos, mantendo o dinheiro físico apenas nos envelopes designados para compras, por exemplo.

Se desejar dar um passo adiante, você pode utilizar ferramentas digitais que oferecem a possibilidade de separar o dinheiro da conta corrente. Com as caixinhas do Nubank, por exemplo, é possível criar uma caixinha para cada tipo de despesa e utilizar o método de forma atualizada.

Na BLU365 acreditamos que a educação financeira é fundamental para combater as desigualdades sociais. Com mais entendimento sobre as suas finanças, você pode retomar a sua saúde financeira e se organizar para finalmente quitar as dívidas. Acesse o site da BLU365 e confira os acordos disponíveis para você!