Pular para o conteúdo principal

Muitos consumidores endividados possuem mais de uma dívida. Nestes casos, saber qual dívida pagar primeiro é um passo fundamental para recuperar a saúde financeira. Afinal, dívida não é tudo igual e há fatores que as diferenciam, como as taxas de juros e o valor total devido, que fazem toda diferença na estratégia quitar.

De acordo com o Indicador de Inadimplência realizado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) pelo SPC Brasil, 68,62 milhões de consumidores brasileiros estão inadimplentes. Dentro desse recorte, cerca de 40,37% possuem dívidas com tempo de atraso entre 1 e 3 anos. Com o tempo de atraso, ocorre a incidência de juros e quanto mais o tempo passa, mais eles se acumulam, fazendo com que muitos inadimplentes tenha dificuldade para planejar a quitação de seus débitos.

Neste artigo explicamos por que é importante entender a diferença entre as dívidas e como saber qual delas priorizar para recuperar sua saúde financeira. Continue a leitura e saiba mais.

Dívida não é tudo igual

O primeiro entendimento para saber qual dívida pagar primeiro é entender que elas são diferentes. Dívidas possuem fontes diversas, diferentes formas de pagamento e, também, diferentes taxas de juros. seguir, listamos os principais tipos de dívidas.

1. Dívidas Pessoais

São aquelas contraídas por indivíduos para atender necessidades pessoais ou familiares.

Exemplos:

  • Empréstimos pessoais;
  • Saldo devedor do cartão de crédito;
  • Compras parceladas em lojas.

2. Dívidas bancárias

Contraídas diretamente com bancos ou instituições financeiras.

Exemplos:

  • Financiamentos de imóveis ou veículos;
  • Cheque especial;
  • Crédito consignado (descontado em folha de pagamento).

3. Dívidas comerciais

Relacionadas à aquisição de bens ou serviços diretamente com fornecedores ou comerciantes.

Exemplos:

  • Compras parceladas em carnês ou boletos;
  • Contratos de serviços, como mensalidades de academias ou escolas.

4. Dívidas garantidas

Aquelas em que um bem é usado como garantia do pagamento.

Exemplos:

  • Hipotecas;
  • Penhor de joias;
  • Leasing de veículos.

5. Dívidas tributárias

Relacionadas ao não pagamento de impostos ou taxas públicas.

Exemplos:

  • IPTU ou IPVA atrasados;
  • Multas e encargos públicos;
  • Dívidas com a Receita Federal, como o Imposto de Renda (IR).

6. Dívidas de educação

Relacionadas a investimentos em estudos e formação.

Exemplos:

  • Financiamentos estudantis, por exemplo, o FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior);
  • Mensalidades escolares ou universitárias atrasadas.

Além disso, as dívidas também podem ser categorizadas de acordo com seu prazo de duração.

7. Dívidas de longo prazo

Têm prazos de pagamento mais extensos, geralmente acima de 5 anos.

Exemplos:

  • Financiamentos imobiliários;
  • Empréstimos para grandes projetos.

8. Dívidas de curto prazo

Dívidas que possuem um prazo mais curto, geralmente de até 12 meses.

Exemplos:

  • Faturas de cartão de crédito;
  • Compras no crediário;
  • Empréstimos de emergência.

Conhecer os tipos de dívidas ajuda a organizar o pagamento, priorizar as mais urgentes e evitar o acúmulo de encargos, como juros e multas.

Diferença entre conta e dívida

Embora os termos “conta” e “dívida” possam parecer semelhantes, eles têm significados bastante distintos e é importante entender para organizar as suas finanças.

Conta

  • Definição: refere-se a um valor a pagar por um serviço ou produto adquirido. Geralmente está associado a algo que foi consumido ou utilizado, como contas de água, luz, telefone ou uma fatura de cartão de crédito;
  • Na prática: pode não ser obrigatoriamente uma dívida, desde que esteja dentro do prazo de pagamento;
  • Exemplo: se você recebeu a conta de luz hoje e o vencimento é daqui a 10 dias, ainda não é uma dívida, mas sim um compromisso financeiro a ser quitado até a data de vencimento.

Dívida

  • Definição: é uma obrigação de pagamento pendente, geralmente porque não foi quitada dentro do prazo ou porque é um empréstimo e financiamento;
  • Na prática: sempre representa um valor devido, podendo incluir juros e multas caso o pagamento esteja atrasado;
  • Exemplo: se você não pagar a conta de luz até o vencimento, ela se torna uma dívida, acumulando juros e multas, além do serviço ser suspendido após um prazo determinado.

Portanto, conta é um compromisso financeiro, enquanto a dívida é uma obrigação decorrente de um atraso ou de um empréstimo/financiamento já contraído. Toda dívida foi, em algum momento, uma conta, mas nem toda conta se torna uma dívida.

Qual dívida pagar primeiro?

Como vimos, existem diversos tipos de dívidas e identificar as suas é o primeiro passo para saber qual dívida pagar primeiro. Para colocar as finanças em dia, também é preciso levar em consideração fatores como valor total devido, taxas de juros ou se é um serviço essencial para o bem-estar.

Tendo um panorama geral dos débitos em questão é possível saber com mais clareza qual dívida pagar primeiro e começar a organizar seu orçamento. Entenda mais a seguir.

1. Qual dívida pagar primeiro: priorize os serviços essenciais

Priorizar os serviços essenciais é fundamental para o seu bem-estar. Portanto, diante da existência de mais de uma dívida, é preciso priorizar serviços como conta de luz, telefone, água e aluguel. Caso tenha um imóvel financiado, é importante priorizar o pagamento da parcela também.

As dívidas relacionadas à moradia em geral devem ser priorizadas, pois o atraso no pagamento pode resultar na suspensão de serviços essenciais e, infelizmente, no despejo no caso dos aluguéis atrasados. No caso do aluguel, se algum familiar ou pessoa próxima é o fiador do imóvel, também poderá ser afetado pela falta de pagamento.

2. Dívidas com bens de garantia

As dívidas com bens de garantia são um tipo de empréstimo ou financiamento no qual o devedor oferece um bem como garantia de pagamento à instituição credora. Isso significa que, caso o devedor não cumpra com as obrigações do contrato (ou seja, não pague as parcelas da dívida), o credor tem o direito legal de tomar posse do bem oferecido como garantia para recuperar o valor devido.

No financiamento de um carro, o próprio veículo é usado como garantia. Se o comprador não pagar as parcelas, o banco ou financeira pode tomar o carro (processo chamado de alienação fiduciária). No caso de imóveis, o próprio imóvel financiado é usado como garantia. Em caso de inadimplência, o credor pode solicitar a execução da garantia (tomar posse e leiloar o imóvel).

Em algumas modalidades de empréstimos, você pode oferecer bens já quitados, como um carro ou imóvel, como garantia para conseguir melhores condições de crédito como juros mais baixos e prazos mais longos.

Se está em dúvida sobre qual dívida pagar primeiro, considere as possíveis consequências da falta de pagamento, que pode refletir no seu patrimônio.

3. Considere pagar primeiro as dívidas com juros mais altos

Outro fator que deve ser considerado é o valor dos juros. Em muitos casos, quanto mais tempo demorar para quitar a dívida, mais altos serão os juros. Embora as dívidas de serviços essenciais e as que possuem bens de garantia sejam de extrema importância, as que possuem juros altos também devem ser priorizadas.

Vamos supor que a sua dívida, inicialmente, custa R$1000. Após 12 meses com juros de 3,5% ao mês, a dívida será de aproximadamente R$ 1.511,40.

Qual dívida pagar primeiro: cartão de crédito ou cheque especial?

Falando em débitos com juros altos, muitos consumidores inadimplentes podem ter dúvidas sobre qual dívida pagar primeiro entre o cartão de crédito e o cheque especial, afinal, costumam ser as dívidas com as maiores taxas de juros do mercado brasileiro. Nesse caso, é preciso analisar a situação.

A melhor decisão é priorizar a dívida com a maior taxa de juros ou com valor mais alto, pois isso reduz o custo total da dívida no longo prazo. Entenda:

Cartão de crédito:

  • Juros médios: muito altos, podendo variar entre 10% a 15% ao mês no caso de não pagamento integral (rotativo);
  • Consequência: A dívida pode crescer rapidamente se você não pagar o total devido;
  • Prioridade: alta, porque o crescimento da dívida é muito rápido.

Cheque especial:

  • Juros médios: altos também, mas normalmente menores que o do cartão de crédito, em torno de 7% a 8% ao mês;
  • Consequência: embora também tenha juros altos, o cheque especial é um pouco mais “controlável” no curto prazo do que o cartão de crédito;
  • Prioridade: também importante, mas geralmente vem depois do cartão, dependendo do valor total devido em cada modalidade.

Por ter juros mais altos, pagar o cartão primeiro evita que a dívida se torne uma bola de neve incontrolável. O cheque especial, embora também tenha juros altos, cresce a um ritmo menor que o do cartão.

Leia também: É melhor pagar o mínimo ou parcelar a fatura do cartão de crédito?

Por que renegociar dívidas em atraso?

Dívidas em atraso acumulam juros altos, multas e encargos. Ao renegociar, muitas instituições financeiras oferecem:

  • Redução de juros;
  • Isenção ou desconto de multas;
  • Descontos que ultrapassam 50% do valor total devido;
  • Melhores condições de pagamento.

Muitas vezes, a renegociação permite o parcelamento da dívida em valores que cabem no seu bolso, tornando o pagamento mais viável sem comprometer suas despesas básicas.

Conclusão

Saber qual dívida pagar primeiro é uma tarefa complexa e que pede uma série de análises. Portanto, considere os serviços essenciais, a manutenção do seu patrimônio, taxas de juros e valor total devido. Feito isso, o caminho para quitas suas dívidas será mais assertivo.

Na BLU365 você pode renegociar sua dívida com até 90% de desconto. Acesse o site da BLU365 e confira os acordos disponíveis para você!