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No ciclo do endividamento brasileiro, o uso desenfreado e não planejado do cartão de crédito aparece como destaque. Mas, afinal, quem nunca teve um mês difícil ou um imprevisto e precisou apelar ao cartão, não é mesmo?

O problema é quando o descontrole financeiro se torna uma bola de neve e mais dívidas começam a se acumular ao longo dos meses. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Reclame Aqui, 60% dos consumidores iniciaram o ano de 2024 com dívidas. Destes, 40,3% responderam ter pendências com o cartão de crédito, enquanto 27,6% possuem empréstimos pessoais. Ainda dentro da pesquisa, 65% dos entrevistados afirmaram ter dificuldades para cumprir seus compromissos financeiros.

Neste artigo abordamos como acontece o ciclo do endividamento e apresentamos estratégias para reverter a situação. Continue a leitura e saiba mais.

Ciclo do endividamento do brasileiro: como acontece?

O ciclo do endividamento é um fenômeno que ocorre quando uma pessoa ou mesmo os membros de uma mesma família entram em uma situação de dívida que se retroalimenta, tornando-se cada vez mais difícil de ser controlada ou eliminada.

O ciclo pode ser iniciado por diversos fatores e, caso não seja interrompido, pode levar ao endividamento crônico, causando outras consequências. A seguir, selecionamos as etapas do ciclo do endividamento, que ajudam a reconhecer a situação, caso esteja vivenciando ela.

1. Descontrole financeiro inicial

  • Causas comuns: falta de planejamento financeiro, despesas maiores que a renda, emergências sem reserva financeira ou uso excessivo do crédito;
  • Exemplo: utilização do cartão de crédito ou cheque especial para cobrir gastos rotineiros sem uma fonte de renda o suficiente para cobrir essas despesas.

2. Aumento do uso do crédito

Para cobrir despesas ou pagar dívidas antigas, a pessoa recorre a empréstimos, cartão de crédito, cheque especial ou outras formas de crédito, acumulando juros e encargos que se tornam difíceis de quitar.

Como consequência, o valor das dívidas cresce rapidamente devido às altas taxas de juros, especialmente em modalidades como cartão de crédito e cheque especial.

3. Comprometimento da renda

À medida que as dívidas aumentam, uma parcela maior da renda mensal passa a ser destinada para o pagamento dos juros e encargos. O problema, então, passa a ser a falta de recursos para cobrir despesas básicas, como alimentação, aluguel e saúde.

4. Nova dívida para pagar dívida antiga

A falta de recursos pode levar ao refinanciamento ou à contratação de novas dívidas para pagar as anteriores, agravando ainda mais a situação. É então que se inicia o “efeito bola de neve” com as dívidas começando a se acumular e o pagamento de juros, a cada mês, torna-se insustentável.

5. Endividamento crônico ou inadimplência

Se não houver uma intervenção, o consumidor inadimplente pode chegar ao ponto de inadimplência, ou seja, não conseguir pagar as dívidas em dia. Com a inadimplência, vêm as seguintes consequências:

  • Nome negativado em órgãos como SPC e Serasa;
  • Dificuldade para conseguir crédito;
  • Ações judiciais ou perda de bens (em casos extremos, como quando há um empréstimo com garantia).

O ciclo do endividamento é perigoso, mas pode ser interrompido com planejamento, disciplina e ações estratégicas. Reconhecer o problema é o primeiro passo para recuperar a saúde financeira. Portanto, se houver a identificação com as etapas listadas acima, procure recalcular a rota e colocar as finanças no eixo.

É possível reverter o ciclo do endividamento?

Sim, é possível reverter o ciclo do endividamento, mas isso exige disciplina, organização e em muitos casos, uma mudança significativa nos hábitos financeiros. A interrupção do ciclo do endividamento pode não ser fácil, especialmente se as dívidas já estão muito elevadas, mas com ações práticas e consistentes, é possível recuperar a estabilidade financeira.

A seguir, confira as principais estratégias para reverter o ciclo do endividamento e retomar sua saúde financeira!

1. Reconheça o problema

O primeiro passo é aceitar que existe um problema financeiro. Portanto, faça um diagnóstico completo da sua situação financeira:

  • Liste todas as suas dívidas (credor, valor total, taxas de juros e prazos de pagamento);
  • Anote suas receitas e despesas mensais para entender onde o dinheiro está indo.

2. Corte gastos desnecessários

  • Analise suas despesas e elimine tudo o que não for essencial;
  • Priorize necessidades básicas, como alimentação, moradia e saúde;
  • Reduza ou elimine gastos com lazer, assinaturas e restaurantes;
  • Evite os gatilhos que levam às compras por impulso, como liquidações e shoppings.

3. Crie um orçamento

O terceiro passo para contornar o ciclo do endividamento é montar um planejamento financeiro realista, definindo as prioridades do momento:

  • Gastos fixos essenciais: aluguel, alimentação, contas essenciais (água, luz, condomínio…) e transporte;
  • Pagamento de dívidas: crie um plano para quitá-las aos poucos, de forma que caiba no seu orçamento mensal;
  • Pequena reserva: mesmo com dívidas, tente poupar pequenas quantias para emergências e evitar novos endividamentos.

4. Negocie as dívidas

Entre em contato com seus credores para renegociar. Muitos credores oferecem descontos ao renegociar, que incluem a redução ou eliminação dos juros, por exemplo. Busque a negociação e ajuste o valor das parcelas à sua realidade financeira.

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5. Troque por uma dívida mais barata

A troca de dívidas caras por dívidas mais baratas também é uma possibilidade. Neste caso, as dívidas com altas taxas de juros (como cartão de crédito e cheque especial) são substituídas por empréstimos com juros mais baixos, como um crédito consignado. Mas vale sempre avaliar cada situação e conferir as condições para saber se vale a pena.

Saiba mais: Empréstimo para quitar dívidas vale a pena?

6. Priorize o pagamento das dívidas mais caras

Ao iniciar a quitação de débitos, comece pelas dívidas com juros mais altos, como o cartão de crédito ou cheque especial. Se não for possível, também é possível adotar a estratégia bola de neve, na qual as dívidas menores são quitadas primeiros, contribuindo para o senso de conquista e liberando dinheiro para as maiores.

7. Evite novas dívidas

  • Evite usar cartões de crédito, especialmente enquanto regulariza sua situação ou limite o uso a compras essenciais;
  • Evite financiamentos ou empréstimos enquanto ainda estiver pagando dívidas anteriores;
  • Adote o hábito de pagar tudo à vista sempre que possível.

8. Busque renda extra

Se a sua renda não for suficiente para pagar as dívidas e despesas, busque formas de aumentar seus ganhos, como trabalhos freelancer, vendas de produtos ou serviços, ou outras atividades paralelas. Outra forma de conquistar renda extra para sair do ciclo do endividamento é vender bens que não usa mais, como eletrônicos, roupas ou automóveis.

9. Criar uma reserva de emergência

Após estabilizar as finanças, comece a guardar dinheiro para lidar com imprevistos e evitar voltar ao ciclo do endividamento. Lembre-se, imprevistos podem acontecer com qualquer pessoa e o que evita o endividamento é ter recursos financeiros para lidar com eles. Portanto, construa seus recursos para evitar ter dívidas no futuro.

Reverter o endividamento não é um processo imediato, mas com esforço e disciplina, é possível recuperar a saúde financeira, sair do vermelho e construir um futuro mais estável. O importante é dar o primeiro passo e persistir no plano.

Por fim, vale estudar mais sobre finanças pessoais para aprender a gerenciar seu dinheiro de forma saudável. No blog da BLU365 sempre disponibilizamos conteúdo gratuito para você se informar!