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Receber a primeira remuneração é um momento marcante, cheio de conquistas e novas responsabilidades. Mas, afinal, o que fazer com o primeiro salário? Como gastar e ao mesmo tempo se organizar financeiramente?

Para muitos, é a primeira experiência real de lidar com o próprio dinheiro, o que pode trazer tanto entusiasmo quanto dúvidas. Então, como usar esse valor da melhor forma? Guardar tudo? Pagar contas? Realizar um sonho de consumo? Ou começar a investir de um vez?

Neste guia, vamos mostrar caminhos práticos para você se organizar desde o início da sua vida financeira, equilibrando prioridades e aprendendo a tomar decisões inteligentes que farão diferença no futuro.

Como devo decidir o que fazer com o primeiro salário?

Para decidir o que fazer com o primeiro salário, o ideal é pensar em equilíbrio entre responsabilidade e realização pessoal. O primeiro emprego é a oportunidade para conquistar sua autonomia financeira, mas também para aprender a lidar com o próprio dinheiro. Pensando nisso, uma boa tática para saber o que fazer com o primeiro salário é entender a própria realidade e também listar suas prioridades.

Veja o que fazer com o primeiro salário.

1. Entenda sua situação financeira

Veja se você já tem contas ou dívidas a pagar. Caso tenha, é importante colocar isso como prioridade para não começar sua jornada com o pé no vermelho.

2. Monte um orçamento simples

Um dos maiores erros de quem começa a ganhar é gastar sem ter noção de para onde o dinheiro está indo. Por isso, montar um orçamento, mesmo que básico, é fundamental para manter o controle.

O orçamento nada mais é do que um plano de como você vai usar o seu salário. Para facilitar, você pode seguir a regra 50-30-20, que divide sua renda em três partes:

  • 50% para necessidades: inclui despesas essenciais e obrigatórias, como aluguel, transporte, alimentação, contas de luz, água, internet e possíveis dívidas;
  • 30% para desejos: é a parte destinada ao lazer e ao que traz prazer, como sair com amigos, comprar roupas, assinar serviços de streaming ou fazer pequenas viagens;
  • 20% para poupança ou investimentos: essa fatia vai para a construção da sua reserva de emergência ou para começar a investir. Mesmo que pareça pouco no início, o importante é criar o hábito.

A grande vantagem dessa regra é a simplicidade, pois ela ajuda a equilibrar gastos sem precisar de cálculos complicados, permitindo que você curta o presente sem abrir mão do futuro. É uma boa forma de saber o que fazer com o primeiro salário, pois permite estruturar o valor.

3. Reserve uma parte para o futuro

Guardar dinheiro desde o primeiro salário pode parecer difícil, mas é um passo essencial para construir uma vida financeira saudável. O segredo é começar pequeno e criar o hábito de poupar.

De acordo com dados disponibilizados pelo Glassdoor, o média salarial do primeiro emprego no Brasil é de um salário mínimo, o que torna desafiador poupar nesse primeiro momento. Mas ainda que você consiga separar apenas 5% ou 10% do salário, isso já faz diferença. O importante é que esse valor seja reservado assim que o dinheiro cair na conta, antes de começar a gastar.

O que fazer com o primeiro salário se você pode poupar um parte:

  • Reserva de emergência: é um valor guardado para imprevistos, como uma demissão, problemas de saúde ou uma despesa inesperada. A recomendação é juntar, ao longo do tempo, o equivalente a 3 a 6 meses do seu custo de vida mensal;
  • Investimentos: depois que a reserva de emergência estiver formada, você pode aplicar em investimentos de acordo com seus objetivos. Para quem está começando, opções simples e seguras, como a poupança, o Tesouro Selic ou CDBs de liquidez diária, já são um bom começo.

Lembre-se: não importa o valor, mas a consistência. Guardar um pouco todo mês vai criar disciplina e abrir caminho para conquistas maiores no futuro.

4. Permita-se uma recompensa

Saber o que fazer com o primeiro salário não significa apenas pensar no futuro. Afinal, ele tem um valor simbólico enorme, pois é o resultado do seu esforço, dedicação e início da sua independência financeira. Por isso, além de pensar em contas e planejamento, é justo reservar uma parte para se presentear.

Isso não significa gastar tudo de uma vez, mas sim separar um valor específico para algo que traga satisfação pessoal. Veja alguns exemplos:

  • Comprar um item que você queria há tempos, como um celular, uma roupa especial ou um acessório;
  • Investir em experiências, como sair para jantar em um lugar diferente, fazer uma pequena viagem ou participar de um evento que você gosta;
  • Presentear alguém importante, como família ou amigos, para compartilhar essa conquista.

O segredo para saber o que fazer com o primeiro salário está no equilíbrio. Portanto, escolha uma recompensa que caiba no orçamento, sem comprometer as necessidades ou os objetivos de poupança. Assim, você celebra essa etapa importante da vida profissional sem perder o controle financeiro.

O primeiro salário é único! Aproveite esse marco de forma consciente e prazerosa.

5. Defina metas financeiras

Ter metas claras é o que dá propósito ao uso do dinheiro quando você deseja saber o que fazer com o primeiro salário. Quando você sabe onde quer chegar, fica mais fácil resistir a impulsos e direcionar melhor seus ganhos.

Comece respondendo: o que eu quero conquistar com meu dinheiro nos próximos meses e anos?
As metas podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns exemplos são:

  • Curto prazo (até 1 ano): juntar para uma viagem, comprar um notebook novo ou montar uma reserva de emergência;
  • Médio prazo (1 a 5 anos): comprar um carro, fazer uma pós-graduação, dar entrada em um imóvel;
  • Longo prazo (mais de 5 anos): independência financeira, aposentadoria tranquila ou abrir o próprio negócio.

Uma dica é usar a técnica SMART para suas metas o receber o primeiro salário. Entenda como funciona:

  • S (específicas): defina exatamente o que deseja;
  • M (mensuráveis): estabeleça valores ou prazos;
  • A (atingíveis): condizentes com sua realidade;
  • R (relevantes): que realmente façam sentido para você;
  • T (temporais): com um prazo definido para realização.

Ao alinhar suas metas ao seu orçamento, você transforma o salário em uma ferramenta de realização e não apenas em um dinheiro que entra e sai sem direção.

7 erros comuns que jovens cometem ao receber o primeiro salário

Já listamos o que fazer com o primeiro salário, mas um bom caminho para se organizar financeiramente é saber o que não deve ser feito com o primeiro salário. Confira.

1. Gastar tudo de uma vez

A empolgação de finalmente receber o primeiro salário costuma levar muitos jovens a irem às compras sem pensar no amanhã. É comum gastar em roupas, eletrônicos, festas ou restaurantes e, no fim do mês, sentir falta do dinheiro para necessidades básicas. O problema desse comportamento é que ele cria um ciclo de imediatismo, em que nunca sobra nada para o futuro.

2. Não montar um orçamento

Sem um plano de gastos, o dinheiro simplesmente desaparece. Quando não se anota quanto entra e para onde vai, perde-se o controle e fica impossível identificar excessos ou áreas onde seria possível economizar. Um orçamento simples ajuda a criar consciência e dá clareza sobre como equilibrar necessidades, lazer e poupança.

3. Ignorar dívidas existentes

Alguns jovens começam a trabalhar já com dívidas de cartão de crédito, empréstimos ou até contas atrasadas. Ignorar essas pendências e usar o primeiro salário apenas para consumir aumenta ainda mais os juros e dificulta a organização financeira. Priorizar o pagamento ou negociar as dívidas é essencial para começar a vida adulta com o pé direito.

4. Não guardar nada para o futuro

A ideia de que “o salário é pouco, então não dá para guardar” é um erro comum. Mesmo separar R$ 50 ou R$ 100 por mês pode gerar uma boa reserva ao longo dos anos. O hábito de poupar é mais importante do que o valor em si e quanto mais cedo ele começa, maior será o impacto positivo no futuro.

5. Usar cartão de crédito sem planejamento

O cartão pode ser um aliado, mas sem controle vira armadilha. Muitos jovens gastam além do que realmente podem pagar, confiando no limite disponível. Quando a fatura chega, o susto vem junto e o risco de entrar no rotativo (com juros altíssimos) aumenta. O ideal é usar o cartão de forma consciente e sempre com um teto de gastos definido.

6. Não diferenciar desejos de necessidades

Colocar compras supérfluas, como roupas de marca ou eletrônicos novos, acima de contas básicas é um erro que compromete o equilíbrio financeiro. Aprender a distinguir o que é essencial (aluguel, alimentação, transporte, contas fixas) do que é desejo (lazer, presentes, hobbies) é um passo importante para manter a estabilidade.

7. Não definir metas financeiras

Sem objetivos, o dinheiro se esvai em pequenas compras sem importância. Quando se tem metas — como fazer uma viagem, comprar um carro, investir nos estudos ou formar uma reserva de emergência, fica mais fácil priorizar e se organizar. Definir metas claras dá motivação para economizar e direciona melhor o uso do salário.

Evitar esses erros logo no início da vida profissional ajuda a construir hábitos saudáveis de consumo e poupança, que farão diferença em toda a vida financeira.

Saber o que fazer com o primeiro salário é mais do que uma questão de dinheiro, é sobre aprender a se organizar, definir prioridades e aproveitar cada conquista. Evitar os erros mais comuns, planejar seus gastos e guardar uma parte para o futuro transforma esse momento em um verdadeiro marco na sua vida financeira.

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