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dívida ativa da união
Imagem: unDraw

Se você já recebeu uma notificação da Receita Federal ou de outro órgão público informando que seu nome foi inscrito na Dívida Ativa da União, é provável que tenha se perguntado o que isso significa e quais são as consequências.

A Dívida Ativa da União representa um débito formalizado com o governo federal, geralmente decorrente de impostos não pagos, multas ou outras obrigações legais. Ignorar essa situação pode resultar em restrições financeiras, como a negativação do CPF ou CNPJ, bloqueio de bens e até ações judiciais.

Neste post, vamos explicar o que é a Dívida Ativa da União, como ela funciona e quais são os caminhos disponíveis para regularizar sua situação com o Fisco.

O que é Dívida Ativa da União?

A Dívida Ativa da União (DAU) é o conjunto de débitos de pessoas físicas ou jurídicas com o governo federal que não foram pagos no prazo legal e, por isso, foram formalmente inscritos para cobrança. Esses débitos podem se originar de impostos federais (como o IR ou o IPI), contribuições previdenciárias, multas administrativas, taxas e outras obrigações com órgãos da administração pública federal.

Quando uma dívida é inscrita na Dívida Ativa da União, ela passa a ser cobrada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), podendo resultar em:

  • Juros e multas adicionais;
  • Inclusão do nome no Cadin (Cadastro de Inadimplentes do Governo);
  • Impossibilidade de participar de licitações públicas;
  • Protesto em cartório;
  • Ajuizamento de ação de execução fiscal.

Ou seja, a inscrição na DAU é o primeiro passo para que o governo tome medidas legais e administrativas para garantir o recebimento do valor devido.

Quais são as consequências da Dívida Ativa com a União?

Muitos cidadãos inadimplentes podem não levar a sério o fato de possuir débitos com a União. Mas o fato é que quando uma atitude não é tomada para regularizar a situação, a dívida pode levar a consequências graves, como bloqueio de contas e penhora. Além disso, como qualquer outra dívida, débito passa por correção mensal de juros, fazendo com que fique mais difícil regularizar.

A seguir, entenda as consequências.

1. Restrições ao crédito

Uma das primeiras consequências da inscrição na Dívida Ativa da União é a negativação do CPF ou CNPJ do devedor. Isso ocorre porque o nome passa a constar em cadastros como:

  • Cadin (Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal)
  • Serasa e outros serviços de proteção ao crédito.

Com isso, o devedor pode encontrar dificuldades para:

  • Obter empréstimos ou financiamentos;
  • Abrir contas em instituições financeiras;
  • Realizar compras a prazo ou contratar serviços com análise de crédito.

2. Ação de execução fiscal

Após a inscrição, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) pode ajuizar uma execução fiscal. Isto é, um processo judicial com o objetivo de cobrar a dívida de forma forçada pode ser aberto. As principais medidas incluem:

  • Bloqueio de contas bancárias (via BacenJud ou Pix Automático);
  • Penhora de bens móveis ou imóveis, como veículos e propriedades;
  • Apreensão de faturamento, no caso de empresas;
  • Leilão judicial de bens penhorados para quitação do débito.

Essa fase judicial pode complicar bastante a situação, pois inclui custos com honorários de advogados, além de envolver tempo gasto com burocracias.

3. Protesto em cartório

A PGFN também pode encaminhar o débito para protesto em cartório, tornando a dívida pública e ainda mais visível para o mercado. O protesto aumenta a exposição da inadimplência, gera custos adicionais ao devedor, além de agravar as restrições de crédito e reputação no mercado.

4. Impedimentos legais e administrativos

Estar inscrito na Dívida Ativa da União pode bloquear o acesso a benefícios e atividades que dependem da regularidade fiscal, como:

  • Participar de licitações e contratos com o poder público;
  • Receber incentivos fiscais e subsídios governamentais;
  • Solicitar parcelamentos de novos tributos;
  • Obter certidões negativas de débitos (CND) ou outros tipos de certidões exigidas em operações empresariais.

5. Crescimento do valor da dívida

A dívida não é estagnada, ou seja, ela continua a crescer devido à incidência dos juros de mora (baseados na taxa Selic), multa de mora, além dos encargos legais com honorários e taxas administrativas.

Com o tempo, o valor devido pode mais que dobrar, tornando a regularização ainda mais difícil para o contribuinte.

6. Obstáculos em transações pessoais e empresariais

A inscrição na Dívida Ativa da União pode prejudicar transações comuns, como:

  • Venda ou financiamento de imóveis;
  • Transferência de veículos;
  • Abertura de empresas;
  • Alterações contratuais em juntas comerciais;
  • Contratações com instituições públicas e privadas.

Como consultar Dívida Ativa da União?

Saber se você ou a sua empresa possui Dívida Ativa é simples e a consulta é online. Consultar é o primeiro passo para regularizar a sua situação. Confira o passo a passo:

  1. Acesse o site da PGFN;
  2. Faça o login no sistema REGULARIZE. Você poderá acessar com a conta Gov.br caso tenha nível prata ou ouro no caso da pessoa física ou com Certificado Digital para pessoa jurídica. Caso não tenha conta, será necessário criar em Gov.br;
  3. Então, escolha a opção “Consulta de Dívidas” e em seguida “Dívida Ativa da União”. Você terá acesso a quais débitos estão inscritos, origem da dívida (INSS, IRPF, IPI…), situação atual (ativa, parcelada, ajuizada…), além de conferir os valores atualizados.

A consulta da Dívida Ativa da União também é útil para quem não tem dívidas, pois seguindo o mesmo método é possível emitir a CND (Certidão Negativa de Débitos) ou a CPEND (Certidão Positiva com Efeitos de Negativa). Esses documentos são importantes para licitações, financiamentos, e regularidade fiscal em geral.

Como regularizar a situação?

O processo para regularizar uma dívida inscrita na Dívida Ativa da União pode ser feito de forma totalmente online, através de pagamento à vista ou parcelamento. Em alguns casos, a negociação pode oferecer descontos. Confira a seguir como funciona.

1. Acesse o Portal REGULARIZE

Acesse o Portal REGULARIZE, faça login com sua conta Gov.br ou certificado digital.

2. Escolha a opção de regularização

No menu inicial, selecione “negociar dívida”. Então, você verá todas as modalidades disponíveis para seu caso. As opções variam conforme o perfil da dívida (valor, tipo, situação ou tempo de atraso).

3. Selecione a modalidade de regularização

Há três opções para a regularização:

  • Pagamento à vista: pagamento integral da dívida com geração do boleto (DARF), que pode ser feito via internet banking, casa lotérica ou banco autorizado;
  • Parcelamento convencional: parcelamento em até 60 meses, com entrada e parcelas mensais. Neste caso, juros e encargos continuam sendo aplicados e a primeira parcela é gerada na hora. As demais vêm mensalmente;
  • Transação tributária: é um programa especial para dívidas consideradas “irrecuperáveis” ou “de difícil recuperação”, ou seja, é possível negociar com condições especiais como descontos de até 70% e prazos de até 145 meses. Disponível mediante análise.

Dica: sempre avalie se há alguma transação aberta com condições especiais, como o Programa de Regularização Fiscal da PGFN. Essas campanhas podem oferecer melhores condições por tempo limitado.

4. Acompanhe sua negociação

Após aderir, você poderá emitir boletos mensais, verificar o status do parcelamento ou então desistir ou refazer uma negociação, caso seja necessário. Tudo isso dentro da área logada do Portal REGULARIZE.

5. Regularização com ação judicial

Se a dívida já estiver em execução fiscal na Justiça, você ainda pode negociá-la. Em muitos casos, a adesão a um parcelamento suspende temporariamente a ação judicial, evitando bloqueios ou penhoras.

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