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Muita gente tem problemas para lidar com o dinheiro e a raiz disso pode estar muito além do financeiro. Isso porque, segundo a teoria da Constelação Familiar, traumas e crenças limitantes podem influenciar o seu relacionamento com o dinheiro. Esse tipo de abordagem considera que herdamos de nossa família um conjunto de crenças e comportamento e por isso pode tratar a raiz de diversos problemas. 

O relacionamento com o dinheiro é um exemplo do que pode ser tratado com a Constelação Familiar. É muito comum considerar o dinheiro como algo sujo, imoral, responsável por corromper personalidades, entre outras diversas crenças que limitam sua relação com este bem.

Certamente você já pensou no dinheiro de alguma forma parecida com essas. As famílias e outros círculos sociais frequentemente possuem histórias sobre alguém que foi corrompido pelo financeiro. Isso significa que damos ao dinheiro uma espécie de personalidade causadora de problemas.

No entanto, é possível sair desses padrões limitantes e melhorar a sua relação com esse bem, que é grande responsável pela manutenção da vida. A seguir, confira algumas dicas.

5 dicas para melhorar seu relacionamento com o dinheiro

1. Entenda o que é o dinheiro

O dinheiro, em si, é apenas um pedaço de papel, metal ou então um número virtual na conta bancária. Como vivemos em uma sociedade capitalista, ele é responsável por proporcionar crescimento, bem-estar, possibilidades melhores, liberdade e segurança. Diferente de períodos nos quais existia o escambo (a troca entre mercadorias) o dinheiro é uma forma padronizada de realizar essa troca.

Por isso, o dinheiro também simboliza uma energia de troca que está a serviço das condições necessárias para viver. Uma troca acontece quando um valor é estipulado por uma parte e a outra paga este valor por um item ou serviço necessário.

2. Estabeleça uma relação de igual para igual com o dinheiro

O dinheiro não pode ser maior ou menor que você. Uma postura arrogante te impede de respeitar o valor devido quando ele entra em sua vida. Já uma postura inferior dá um valor maior que a sua vida ao dinheiro. Portanto, estabeleça uma relação igualitária com esse bem. Por exemplo, se o dinheiro é visto como maior que você, isso traz muita infelicidade, pois vem a crença de que você só será plenamente feliz quando tiver uma condição de vida financeira diferente da que tem agora. 

Já quando o dinheiro é visto como algo menor, você pode se colocar em situações como a conformidade com a desvalorização financeira do seu trabalho. Isso pode se manifestar com a dificuldade em pedir um aumento de salário ou de colocar um preço justo no produto que você comercializa.

3. Faça as pazes com o seu passado

Problemas financeiros podem envolver traumas no passado. E traumas mal resolvidos no passado prejudicam o seu presente e podem prejudicar também o seu futuro. O dinheiro não vem se você não finca os seus pés no presente. Pode ter algo mal resolvido que te impede de ter uma boa relação com o dinheiro no momento presente. Investigue! 

Um exemplo válido aqui é se você teve uma infância difícil e nem sempre tinha comida na mesa, e hoje vai ao supermercado e compra comida para estocar. É uma situação de acumulação para além do necessário, que pode levar à dívidas e ao desperdício.

Outra situação que pode surgir em pessoas que tiveram uma infância difícil é o desespero e a culpa por não poder dar tudo aos seus filhos. Nesses momentos, é preciso entender que é possível lidar com o dinheiro mantendo apenas o necessário. Neste caso, escolha ser o mais honesto possível com seus filhos/parceiros sobre sua situação financeira. Assim, você estabelece uma relação de transparência, que gera menos cobranças (dos filhos) e menos culpa (nos pais).

No geral, para eliminar traumas do passado, você pode fazer exercícios para tentar manter a sua mente no presente. Lembre-se que você não vive mais essa situação do seu passado, o que passou lá atrás não define a sua situação de agora. Acolha o seu passado, sem ressentimentos das situações ou pessoas e concentre-se no seu agora.  

4. Conheça suas crenças limitantes

A falta de dinheiro não é o único fator limitador quando falamos em finanças. Sim, é um ponto importante que deve ser considerado, mas a afirmação “não tenho dinheiro” pode esconder outras raízes para os problemas financeiros. Segundo a teoria da constelação familiar, uma pessoa pode carregar em seu inconsciente que ao afirmar não ter dinheiro, é uma forma de terceirizar a responsabilidade. 

A criança interior que reside dentro de nós pode estar aguardando que alguém tome as rédeas da situação ao afirmar que não tem dinheiro. A criança aguarda que os pais (ou outras pessoas responsáveis) apareçam e resolvam a situação. 

Para sair dessa situação, lembre-se que o seu dinheiro é sua responsabilidade. Tome o poder das suas próprias finanças a partir do controle de gastos. Liberte-se do medo de olhar seu extrato bancário, organize seu dinheiro com uma planilha de gastos mensais ou de outra forma que for melhor pra você. 

5. Libere a culpa ao lidar com o dinheiro

Muitas pessoas se sentem culpadas por conquistar sucesso financeiro, especialmente as que têm origem humilde. Outras, ainda, limitam o seu potencial de crescimento por medo ou culpa de se sobressair diante aos demais. Portanto, busque a liberação da culpa a partir da aceitação da sua condição financeira de sucesso ou das oportunidades de crescimento que você tem. 

Especialmente neste momento de pandemia, é comum que algumas pessoas possam prejudicar a sua saúde mental ao nutrir a culpa por terem mais possibilidades que outras pessoas. Essa culpa pode prejudicar a sua saúde financeira. 

Conclusão

Este é um tema complexo e que pode ser encarado a partir da psicoterapia com a abordagem da Constelação Familiar. Se você apresenta muitas crenças limitadoras em relação ao dinheiro, você pode procurar esse tipo de ajuda. Muitas cidades até mesmo dispõem o serviço de psicoterapia de forma gratuita, consulte as opções na sua.

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