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A notícia de que bancos suspendem consignado tem chamado atenção nos últimos dias. Isso porque alguns bancos tradicionais do mercado brasileiro deixaram de oferecer o serviço de crédito consignado aos seus clientes. É o caso de bancos como Itaú, Santander e Caixa Econômica Federal. Essas instituições alegam que a redução do limite de juros poderia causar prejuízos para suas atividades.

Os bancos que se pronunciaram sobre o assunto alegam que a redução do teto de juros do consignado é o motivo pelo qual suspenderam as atividades. A mudança ocorreu há alguns dias atrás, quando o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) diminuiu o teto de juros.

O crédito consignado é nacionalmente conhecido pelas suas baixas taxas de juros, o que proporciona crédito de maneira mais acessível ao consumidor. Contudo, com a baixa no teto de juros, diversas instituições suspenderam o serviço, sem previsão de volta. Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura e entenda alguns pontos importantes sobre esse momento.

Quais bancos suspenderam o empréstimo consignado?

Bancos públicos e privados suspenderam o empréstimo consignado. No momento, os bancos que anunciaram a suspensão são:

  • Caixa Econômica Federal;
  • Banco do Brasil;
  • Itaú Unibanco;
  • Pan;
  • Daycoval;
  • Mercantil do Brasil;
  • PagBank/ PagSeguro.

Há ainda os bancos que mantiveram suas operações no crédito consignado, mas que suspenderam algumas atividades, como é o caso do Banrisul, que suspendeu temporariamente algumas das operações, sem data prevista para retorno.

Por que o empréstimo consignado está suspenso?

Os bancos que foram procurados e se pronunciaram na mídia responderam que o principal motivo que levou à suspensão dos serviços é a mudança no teto de juros.

No início de março, houve uma mudança promovida pelo Governo Federal que mudou o teto de juros para os serviços de crédito consignado, tanto para o empréstimo, como para o cartão de crédito. Assim, o teto caiu de 2,14% para 1,70% no empréstimo e de 3,06% para 2,62% nos serviços de cartão de crédito.

Vale lembrar que alguns bancos ainda não se pronunciaram sobre a suspensão dos serviços. Nenhum deles trouxe uma previsão de retorno das atividades.

Bancos suspendem consignado: o que muda para os atuais clientes?

Para os clientes que já têm um consignado ou já fecharam contrato antes da suspensão, valem as regras estabelecidas no acordo entre as partes. Ou seja, o consignado já estabelecido em contrato não está suspenso. O serviço está suspenso apenas para novos clientes.

Quanto à diminuição do teto de juros, os consumidores podem tentar renegociar os juros com as instituições. De acordo com as regras do Procon, o consumidor pode contestar os valores dos juros, de acordo com a mudança promovida pelo Governo. Caso a situação não seja resolvida pelo Procon, também é possível recorrer ao Judiciário, se não houver uma conciliação. Nesse caso, é preciso acessar orientação jurídica para pleitear.

Maior risco de endividamento?

De acordo com dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), cerca de 42% das pessoas que têm consignado são clientes negativados. Isso significa que as linhas de empréstimo e cartão de crédito consignado estão entre as poucas opções de crédito para esse público, que é financeiramente vulnerável.

Em muitos casos, esses clientes recorrem a essas linhas de crédito em busca de quitar as suas dívidas ou de retomar seu poder de compra em um momento difícil. Em muitos casos, há quem investe o dinheiro para abrir o próprio negócio. O fato é que o acesso ao crédito consignado é uma segunda chance para muitos brasileiros que estão inadimplentes.

O crédito consignado é uma das poucas opções para quem tem restrições no CPF, já que essas linhas não consultam o cadastro dos órgãos de proteção ao crédito.

Ainda não sabemos quais serão as consequências da suspensão, mas sabemos que é uma dificuldade extra para que os brasileiros mantenham sua saúde financeira. Sem essas linhas, os brasileiros endividados podem recorrer às linhas de crédito mais caras, o que pode sim aumentar os índices de inadimplência a longo prazo.

Negociações em andamento

Na próxima terça-feira (28) uma decisão deve ser tomada em relação ao teto de juros. O Conslho da Previdência afirma nesse momento que o teto de juros não deve superar 1,95%. A expectativa é que aconteçam negociações com os bancos para que os serviços de crédito consignado retornem para os consumidores.

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