Você já ouviu falar em rating bancário? Embora seja um termo mais comum no universo das instituições financeiras e investidores, ele também pode impactar diretamente a vida do consumidor comum, especialmente quando o assunto é análise crédito.
O rating bancário funciona como uma espécie de nota que avalia a saúde financeira de bancos e instituições, influenciando não apenas a confiança do mercado, mas também as condições de empréstimos, financiamentos e até dos juros que chegam até você.
Neste post, vamos explicar o que é o rating bancário, como ele funciona e, principalmente, de que forma ele pode afetar o seu bolso.
Índice:
O que é rating bancário?
O termo rating vem do inglês e significa “classificação”. Dessa forma, o rating bancário é uma pontuação atribuída por bancos e instituições financeiras que indica o nível de risco envolvido em investir ou manter relações comerciais, seja com pessoas físicas ou jurídicas. Em outras palavras, é uma “nota” atribuída para avaliar a capacidade do cliente em honrar suas obrigações financeiras, como pagar dívidas e manter a saúde financeira.
Cada instituição possui métodos próprios para chegar ao rating de cada cliente. Por isso, o mesmo cliente pode ter notas diferentes a depender da instituição financeira. No geral, o rating usa métodos similares ao score de crédito, como uso de crédito e histórico de pagamento ao longo do tempo em uma determinada instituição financeira.
Dentro do mercado financeiro, o termo rating bancário ainda pode ser aplicado em processos de avaliação de risco de crédito, sendo atribuído por agências especializadas em classificações de risco. Portanto, bancos, instituições financeiras e até mesmo países podem receber ratings, sendo que a pontuação serve como um indicativo de saúde financeira nestes casos.
Para o consumidor, entender o rating bancário pode ajudar a escolher instituições mais seguras para investir, aplicar dinheiro ou contratar serviços financeiros.
Como o rating bancário afeta o consumidor?
Embora o rating bancário pareça algo distante do dia a dia, ele tem impacto direto na vida financeira do consumidor. Veja como isso acontece:
- Segurança dos investimentos: bancos com bom rating são considerados mais seguros. Isso é especialmente importante para quem aplica dinheiro em CDBs, LCIs, LCAs ou outros produtos emitidos pela própria instituição. Quanto melhor o rating, menor o risco de prejuízo;
- Condições de crédito: um banco com rating baixo pode enfrentar maiores dificuldades para captar recursos no mercado. Isso pode levar a juros mais altos em empréstimos e financiamentos oferecidos aos clientes, como forma de compensar o risco;
- Acesso a produtos financeiros: instituições com melhor classificação costumam ter mais estabilidade e, por isso, conseguem oferecer uma variedade maior de serviços e produtos financeiros com condições mais vantajosas;
- Confiança e tranquilidade: para o consumidor, estar vinculado a um banco bem avaliado transmite maior segurança em momentos de instabilidade econômica, já que essas instituições têm maior capacidade de resistir a crises;
- Possível intervenção ou falência: um banco com rating muito baixo pode estar sob risco de intervenção do Banco Central ou até falência. Isso pode gerar bloqueios temporários de valores ou insegurança sobre a recuperação de recursos, mesmo com garantias como o FGC.
Por isso, acompanhar o rating dos bancos pode ser uma atitude estratégica na hora de escolher onde guardar ou investir seu dinheiro.
Qual a diferença entre rating bancário e score de crédito?
Embora os dois conceitos envolvam avaliação de risco e usem escalas de classificação similares, rating bancário e score de crédito possuem métodos e funções diferentes.
O score de crédito é um marcador que avalia o perfil financeiro de um consumidor no geral, baseando-se em todas as movimentações financeiras que envolvem o uso de crédito. Já o rating bancário é um marcador interno de uma instituição específica, portanto, só pode ser acessado de forma interna.
Na prática, uma loja pode pesquisar o score de crédito de um cliente para decidir oferecer o parcelamento ou não, mas não terá acesso ao rating. Apenas o banco ou instituição financeira específico poderá consultar o rating antes de liberar um empréstimo, por exemplo.
Entenda as principais diferenças a seguir.
Rating bancário
- Quem calcula: uma instituição financeira específica;
- Base de dados utilizada: histórico de transações financeiras dentro da própria instituição;
- Quem pode consultar: apenas o banco ou instituição financeira responsável pelo rating.
Score de crédito
- Quem calcula: órgãos de proteção ao crédito como Serasa, SPC e Boa Vista;
- Base de dados utilizada: histórico de pagamento em geral, consultas ao CPF e cadastros em listas de inadimplência;
- Quem pode consultar: bancos, instituições financeiras, lojas do varejo, imobiliárias, empresas de telefonia e prestadoras de serviço em geral.
Como consultar o rating bancário?
Se você quer consultar o rating de um banco, seja para investir com mais segurança ou simplesmente entender o risco de determinada instituição, há algumas opções.
1. Sites das agências de classificação de risco
As principais agências internacionais que atribuem ratings a bancos são:
Então, siga o passo a passo:
- Acesse o site da agência;
- Use a barra de busca e digite o nome do banco (por exemplo: “Banco do Brasil”, “Itaú Unibanco”);
- Procure pelo relatório mais recente ou pela nota de crédito (rating), que geralmente é exibida em letras, como AA, BBB, BB- etc.
2. Site oficial do próprio banco
Muitos bancos disponibilizam suas classificações de risco em áreas específicas do site, geralmente na seção “Relações com Investidores” (RI) ou “Sobre o Banco”. Veja como consultar:
- Acesse o site do banco;
- Vá até o rodapé ou menu e clique em Relações com Investidores;
- Procure por “Rating”, “Classificação de risco” ou “Notas das agências”;
3. Portais financeiros e notícias econômicas
Alguns portais costumam divulgar atualizações de rating dos principais bancos, especialmente quando há mudanças importantes nas notas. Conheça os principais:
O que observar no rating?
Notas mais altas (como AAA, AA) indicam menor risco. Já as notas mais baixas (como BB, B ou C) indicam maior risco de inadimplência. Vale lembrar que um mesmo banco pode ter notas diferentes em cada agência, pois os critérios de avaliação variam.
E como consultar o meu rating bancário?
Quando aplicado aos consumidores (sejam pessoas físicas ou jurídicas) o rating bancário costuma ser uma informação confidencial e para uso interno. Por esse motivo, é possível solicitar a informação diretamente com a instituição, mas pode ser difícil conseguir.
Diferente do score de crédito, que é aberto ao consumidor, o rating bancário não costuma ser disponibilizado ao consumidor.
É possível aumentar o rating bancário?
Embora as métricas utilizadas no rating bancário não sejam claras por ser uma informação de uso interno, é fato que o relacionamento com a instituição fornece mais segurança para conquistar acordos melhores entre as partes. Portanto, ser um cliente ativo, sem dívidas e que não usa o crédito em excesso podem ajudar a aumentar o rating bancário.
- Pague suas obrigações em dia: a pontualidade no pagamento de contas assumidas com a instituição como fatura do cartão ou parcela do empréstimo melhoram sua pontuação;
- Evite o uso excessivo do limite de crédito: gastar sempre o valor máximo do cartão ou do cheque especial pode sinalizar risco financeiro;
- Negocie e quite dívidas atrasadas: ter o nome limpo melhora sua reputação e ajuda a recuperar pontos perdidos;
- Construa um histórico de crédito saudável: use crédito com responsabilidade. Faça compras parceladas com sabedoria, pague em dia e mantenha um bom relacionamento com a instituição financeira;
- Evite muitas consultas de crédito em curto prazo: fazer muitos pedidos de empréstimo ou cartão em sequência pode ser interpretado como sinal de instabilidade.
Se você é empreendedor ou atua como MEI/PJ, pode se preocupar com o “rating de crédito empresarial”, que funciona de forma semelhante ao score pessoal, mas avalia empresas. Nesse caso, práticas como manter impostos e tributos em dia, ter capital de giro saudável e relacionamento bancário confiável são essenciais.